Jornalismo: uma profissão, um estilo de vida

por Kléber Costa e João Pedro Vieira

Jupy Júnior
Foto de Phelype Gonçalves
O penúltimo dia da Comunicar! (29), que teve como tema Ergologia do Jornalismo: O jornalista como trabalhador, começou ao som da famosa canção Briga na Avenida Beira Mar, do calouro de jornalismo Jonas Victor Ohana de Miranda. Agradando tanto aos alunos, quanto aos palestrantes, Ohana agradeceu o carinho dos presentes.

Em seguida, a mesa foi formada por Jupy Júnior, jornalista do jornal O Foco e mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF); e Roseli Fígaro, doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do projeto “Comunicação e Trabalho. As mudanças no mundo do trabalho nas empresas de comunicação”. A mediação foi de Édison Gastaldo, professor do curso de Jornalismo da UFRRJ.

Jupy Júnior começou sua explanação falando das dificuldades enfrentadas pelo profissional de jornalismo atualmente. Segundo ele, dentre as maiores “barreiras” está a falta de estrutura física para o trabalho, como também a baixa remuneração. Apesar dos problemas, o jornalista destacou que é muito feliz na profissão e que ela tem aspectos positivos:

– Eu aprendi muito sendo jornalista, pois esta profissão permite que as pessoas tenham olhares diferenciados sobre o mundo.

Na sequência, foi a vez da professora Roseli Fígaro mostrar como a profissão de jornalista está mudando nos últimos tempos. A pesquisa da doutora conclui que um único jornalista está acumulando diversas funções, como repórter, diagramador, pauteiro, fotógrafo, dentre outras atividades, o que traz alterações para a sua vida profissional e também pessoal.

Roseli Fígaro
Foto de Phelype Gonçalves
A pesquisa mostra que os profissionais, em pleno exercício da profissão, acreditam que este acúmulo de funções resulta em um aumento do ritmo de trabalho. Além disso, redução de mão-de-obra e maior estresse, o que reduz tanto o mercado de trabalho quanto a remuneração.

Na vida particular, apenas cerca de 10% dos profissionais de comunicação conseguem fazer planos para longo prazo, e 26% não conseguem fazer qualquer tipo de planejamento. Segundo Roseli, a pesquisa revela que 48% dos jornalistas, quando entram na internet, vão diretamente trabalhar, estudar ou comprar. Já para 44% a prioridade ao navegar é ler notícias em veículos online e pesquisar, ou seja, mesmo em momentos fora do horário de trabalho, o trabalhador em comunicação está se relacionando com seu emprego.

Ao término da sua participação, Roseli deu alguns conselhos aos estudantes de jornalismo da Rural:

– Como estudantes de uma instituição pública, têm a obrigação de informar com ética e qualidade, pois a formação de vocês é paga pelos cidadãos.”

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